quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

The End

No tempo colonial, o exército português passava uns filmes nas áreas periféricas de Luanda, um pouco por todo o lado. Quer fosse no muceque, quer fosse na ponta da Ilha os ecrãs ficavam com público a 360º.

Quando o nosso cozinheiro saía um pouco mais tarde o meu pai tratava de o levar a casa e claro que levava companhia. Era muito estranho para nós que as pessoas conseguissem ler as legendas ao contrário. Só não sabiamos que a generalidade delas era analfabeta. Impreparação de menino queque.

Mas ao menos não gastavam um tusto para ver cinema. Admito que os filmes eram cuidadosamente escolhidos para não levantarem ondas e claro os índios perdiam sempre.

A generalidade dos autóctones não ía ao cinema, aqueles que iam por vezes tratavam de gerar receita contanto os filmes e um deles terminava sistematicamente com e depois foi o "The End".

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